Você pode estar jogando dinheiro fora

Calma, não entre em pânico. O que queremos dizer é que na maioria das vezes, o que é chamado de “lixo” na verdade tem um baita valor econômico. Então é bem possível que você já tenha jogado, de uma forma ou outra, dinheiro no lixo.
Isso acontece porque muito do que vira descarte pode ser matéria-prima para produzir algo novo. Essa é a base da Economia Circular, que já falamos por aqui, e parte do princípio contrário à linha reta de extração, produção e descarte que é como se trabalha atualmente. Na economia circular nada é desperdiçado – ou volta para a natureza para ser transformado em energia, ou o material volta para o ciclo de produção.
Parece mágico, mas ainda é um sonho. Pra mudar o sistema, é preciso que as pessoas entendam que o “lixo” tem valor: "o resíduo tem um valor ambiental, mas também um valor econômico.
Para garantir que esse material volte para a cadeia produtiva, temos que fazer com que ele seja interessante nesse sentido", palavras do Luís Fernando Barreto, promotor de Justiça e presidente da Abrampa, durante o Fórum Economia Limpa, que rolou em São Paulo.
E pra entender esse valor, é importante a gente saber o que é resíduo, rejeito, reciclável e orgânico.
- Os resíduos secos são aqueles que podem ser reutilizados (ou reciclados).
- Os resíduos orgânicos são sobras de comida, cascas, folhas secas e podas. Esses materiais são reciclados através da compostagem.
- O rejeito é o que não pode ser reutilizado nem reciclado.
Num mundo ideal, tudo isso seria separado de forma correta, cada um seguindo o seu caminho e o volume de resíduos nos aterros seria drasticamente reduzido. Durante a Semana do Meio Ambiente rolou um bate-papo incrível - Lixo: alternativas individuais, solução coletiva.
Nessa conversa o papel e a importância do trabalho dos catadores foi abordado e muito bem explicado pelo Eduardo, que é catador e fundador da primeira cooperativa de catadores do Brasil, a Coopamare. Atualmente no Brasil quem dá conta da maioria dos recicláveis são os catadores. Segundo o Movimento dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), existem de 800 mil a 1 milhão de catadores em atividade, e como explicado por Eduardo, eles fazem “de graça” o serviço de coleta seletiva que a prefeitura deveria fazer - são eles que coletam cerca de 90% do que é reciclado no Brasil.
Além do alto gasto do orçamento das prefeituras para a destinação dos resíduos (e esse dinheiro é seu!), também tem o alto gasto com desperdício - estima-se que cerca de R$120 bi em resíduos sólidos que poderiam ser matéria-prima não são valorizados no Brasil. Também é estimado que cerca de 80% de todos os resíduos sólidos urbanos poderiam ser reciclados, mas só 13% chegam lá. Ou seja, dinheiro jogado no lixo.
Enquanto isso, algumas “soluções” preguiçosas andam surgindo, como a ideia de incinerar resíduos para “acabar com os lixões”. Como foi colocado no bate-papo por Elisabeth Grimberg, sócia-fundadora do Instituto Pólis, esse é um atalho para não precisar fazer a separação e encaminhamento corretos, além de simplesmente queimar material reciclável. É muito diferente do caso da biodigestão, um método de reciclagem a partir de compostos orgânicos que gera energia limpa. Essa sim é uma forma de produção de energia sustentável, obtida da reciclagem do lixo orgânico.
Acabar com os lixões é um trabalho muito mais profundo de investimento em coleta adequada nas cidades e conscientização da população e das empresas. É importante que os governos garantam legislações que forcem as empresas e os cidadãos a se responsabilizarem por seus produtos, porque não dá pra esperar só pela boa vontade sem apostar em educação ambiental e incentivos palpáveis. No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos é um bom começo, mas ainda está longe de ser uma solução mágica.
Se depois de tudo isso você tá querendo fazer a sua parte mas não sabe por onde começar, a dica é se informar sobre a situação da reciclagem na sua cidade. Aqui você pode pesquisar o descarte adequado de resíduos onde você mora.
Pelo app Cataki você consegue encontrar catadores perto de você para encaminhar seus recicláveis de uma forma muito bacana. Além disso, a LOGA tem um material super bacana explicando como embrulhar corretamente materiais perigosos antes de encaminhar, para proteger quem fará a coleta:
Bora começar a cuidar melhor do que você descarta? ;)
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