Green Friday: O Consumismo E As Mudanças Climáticas

Há praticamente um ano, em novembro de 2015, todas as nações do mundo se encontravam em Paris para a COP21 (Conference of the Parties). Depois de 21 anos de muita conversa e pouca ação, a COP21 marcou o primeiro grande avanço em se tratando de compromissos firmados por grandes países do mundo como Estados Unidos e China para conter os avanços das mudanças climáticas.
Cá estamos nós, um ano depois, com Donald Trump, um convicto de que mudanças climáticas não existem, eleito presidente dos Estados Unidos e ameaçando assim suspender os acordos assinados por um dos maiores poluidores durante a conferência em Paris, e vendo as mudanças climáticas dia após dia, graus célsius acima de grau célsius, desastre após desastre, acontecerem mundo afora.
A verdade é que a COP21 é um passo, mas um passo muito tímido perto do que precisamos para frear as mudanças climáticas. O acordo fala muito em energia limpa e renovável, o que significa diminuir a queima de combustíveis fósseis e aumentar o fornecimento de energia solar e eólica, mas não endereça uma questão crucial em se tratando de mudanças climáticas: o consumismo.
Mais da metade dos impactos no planeta, incluindo as mudanças climáticas, vem do consumo doméstico – ou seja, o que eu e você e as outras 1,7 bilhões de pessoas que fazem parte da “classe consumidora” escolhem consumir todos os dias. E em qual velocidade e quantidade.
A pecuária é responsável por cerca de 12% das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, enquanto a indústria da moda corresponde por cerca de 10% das emissões de CO2. Quando falamos de mudanças climáticas precisamos necessariamente falar do nosso consumo diário – o que comemos e o que vestimos está completamente relacionado com as mudanças climáticas. Não há outro caminho: a classe consumidora global precisa comprar menos.
É por isso que mais um ano, a Insecta Shoes e o Modefica se juntaram durante um dos dias mais emblemáticos do consumismo mundial, a Black Friday, para falar sobre os danos que o consumo exagerado está causando no mundo e na vida das pessoas que sofrem primeiro e mais impiedosamente os efeitos das mudanças climáticas.
Nessa Green Friday, nós trouxemos para vocês alguns dados com o objetivo de te fazer refletir sobre o consumo diário e te incentivar a se engajar em ações sociais que tratam das mudanças climáticas para além da compra ética e do consumo consciente. É hora de por a mão na massa e fortalecer o movimento global de ambientalistas lutando a favor dessa causa.
Das 7 bilhões de pessoas no mundo hoje, apenas 1,7 bilhões têm acesso a bens de consumo. Isso significa que menos de ¼ da população mundial está acabando com os recursos naturais do mundo e levando às mudanças climáticas.
Fonte: http://www.worldwatch.org/node/810
Nós estamos, como sociedade, transferindo nossos desejos e vazios para o consumo. Os impactos negativos dessa busca contínua e incessante já podem ser mensurados em diversos países.
Fonte: http://www.worldwatch.org/node/810
Por mais que o governo nos diga que a solução está em economizar a água do banho, trocar as lâmpadas de casa por versões mais econômicas e escovar os dentes de torneira fechada, a verdade é que os impactos ambientais e as mudanças climáticas estão muito mais relacionados com os produtos que consumimos.
Fonte: http://sciencenordic.com/how-your-personal-consumption-affects-climate
A mudança climática é um problema real e todos nós estamos vivendo ela agora em mais um ano de El Niño. Mas a mudança climática afeta algumas pessoas mais que outras – grupos marginalizados, pessoas pobres e não-brancas são as que sofrem mais e em primeiro lugar com os efeitos da mudança. Dentre elas, são as mulheres que estão na linha de frente dos problemas ambientais.



- 80% dos refugiados por problemas da mudança climática são mulheres. (Fonte: http://www.lse.ac.uk/geographyAndEnvironment/whosWho/staff%20profiles/neumayer/pdf/Disastersarticle.pdf).
- Em 2040, o Ártico terá derretido e será totalmente navegável. (Fonte: https://www.beforetheflood.com/explore/the-experts/dr-enric-sala/)

Deixe um comentário